Fios do Tempo: Uma Viagem Cultural pela Renda Renascença na Paraíba

Tradição que Encanta, Arte que Perdura: Desbravando a Renda Renascença e Suas Raízes na História Paraibana.

Tainah Almeida

Última atualização há 4 meses

Em um delicado tecido de fios que se entrelaçam ao longo do tempo, a Renda Renascença da Paraíba revela-se como mais do que uma expressão artesanal; é um legado cultural, uma história viva que transcende gerações. Nesta viagem cultural, vamos desbravar os caminhos traçados por esses fios, explorando o surgimento, a tradição, os artesanatos, a moda e todos os detalhes que compõem essa rica tapeçaria paraibana.

  • Surgimento e História

A renda renascença, originária da Itália nos séculos XV e XVI, consagrou-se como símbolo artesanal italiano e com destaque para aplicação nos trajes masculinos. No século XIX, chegou ao Nordeste do Brasil com a ocupação do Convento Santa Teresa por religiosas francesas.


Por décadas mantido em segredo, o artesanato alcançou as mulheres mais humildes do sertão paraibano nos anos 1930, transformando-se em grande patrimônio cultural nacional.


A renda renascença produzida na Paraíba representa uma história especial para mulheres locais, que encontraram na sua confecção garantia de sobrevivência e conquistas. Essa atividade familiar, passada de geração para geração, tem atributos próprios das rendeiras, como delicadeza, paciência e destreza manual.


É meticulosamente criada por meio de uma trama que vai sendo formada com a ligação por linha e agulha, de um delicado fitilho conhecido como lacê de algodão, sendo o lacê de significado forte para as rendeiras, pois não é apenas um elemento decorativo; é um distintivo de identificação de origem. Esse detalhe singular destaca a autenticidade da renda produzida na região, tornando-a única e reconhecível.


Além do lacê, outras linhas e papéis são acrescentados à renda. Nas oficinas, as artesãs são orientadas com base nas memórias das rendeiras da região, preservando costumes, crenças e a cultura do Cariri Paraibano.


  • Patrimônio Cultural 

Recentemente, a renda renascença paraibana foi reconhecida como patrimônio cultural imaterial da Paraíba. De acordo com a justificativa apresentada pelo parlamentar, "preservar e estimular a produção da Renda Renascença é uma estratégia de reconhecimento das nossas origens para as próximas gerações".


Na Paraíba, segundo estimativas de pesquisadores, estima-se que mais de três mil rendeiras em renascença, de cinco municípios do Cariri paraibano, permanecem produzindo este tipo de artesanato singular.


  • Artesanatos

A aplicação da Renda Renascença em artesanatos vai além de simples decoração; é a incorporação de uma rica herança cultural em objetos tangíveis. Toalhas, almofadas, itens de decoração e lembranças regionais ganham um toque único, transformando-se em pedaços palpáveis da história paraibana.


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  • Tradição que Inspira a Moda Contemporânea

A Renda Renascença paraibana não está confinada ao passado; ela ganha nova vida nas passarelas da moda contemporânea. Designers locais e marcas renomadas incorporam esses tecidos atemporais, transformando-os em peças de elegância moderna. Vestidos deslumbrantes, acessórios refinados - a tradição se adapta e se reinventa. 


  • Impacto Econômico e Geração de Empregos Sustentáveis

A criação da renda renascença paraibana não só preserva uma tradição, mas também cria oportunidades de emprego nos ateliês de rendeiras. Mulheres talentosas, ao praticarem essa arte, encontram meios de sustento, impulsionando a economia local e contribuindo para o desenvolvimento sustentável da região. 

Tem sido fundamental para a inserção das mulheres no mercado de trabalho, sendo a principal fonte de renda para muitas famílias. Além disso, a renda renascença se tornou um suporte econômico crucial e uma atração para o crescimento do turismo na região.

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